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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Para sempre

À Iracilda Medeiros

I

Distante de ti lembrarei os pequenos abraços
Carro e bicicleta sempre se perdem
E diante disso eu abdicarei feliz dos teus sapatos
Tu me esqueceras como desejo de velho
Como o primeiro aniversário do avô do asfalto
As caminhadas continuarão a finalizar todas as tardes
Os lugares estranhos ainda me assustam
Evita o escuro para melhor sonhar.
Tua ausência é forte mesmo na primavera.
Busco a solidez em mim
Na direção do horizonte.

II

A sua ação me provoca arrepios
Escuto o silêncio amargo e dependente
Longe eu perco os sorrisos das mulheres
Diferentes na vontade que nunca falaram de ti
Evita que os ventos destruam teus penteados,
Esses sempre acalmaram um dia sem mim
Sem passeios curtos, sem grandes sombras.
Tem naquele que não foi a sua perna que me acompanha
Que me prende fraco em pouco tempo.
Nós seríamos únicos, porque teu grito eu o completo.
Evita que as chuvas caiam sobre tuas roupas.
Essas te marcaram por demais
E às vezes fez mares de lágrimas
Que nunca esqueceras.

III

Lembrarei as tuas promessas de vinda.
Os almoços felizes estão no meu desejo.
Descansarei sem ti como o primeiro santo
Que levado pelo esquecimento não cantará.

IV

Lembrarei os teus pecados cometidos.
Os parques estarão vazios sempre
O carrossel e a roda gigante.
Sua orelha não mais pesará
Metal e plástico sobre o amarelo.
Seu nariz não mais sangrará
O branco do lenço que recebeu ao amanhecer
Pois dançaremos música clássica
Na estação que deverá ser primavera.
Para sempre lembraremos ela como o primeiro beijo
Para sempre estarás comigo.


Isaac Medeiros
Licença Creative Commons
O trabalho Para sempre de Isaac Medeiros está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://intellegere-verbatim.blogspot.com.br/2013/11/para-sempre.html.

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